Prof. Dr. Julio Candido de Meirelles Junior
Falar em contabilidade e rever sua história nos traz recordações da evolução humana, nos seus caminhos e nos seus aprendizados gradativos. A contabilidade é tão antiga quanto a própria civilização. Percebe-se integrada às primeiras manifestações humanas, da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos, com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos. A origem da contabilidade está ligada a necessidade de registros, inicialmente aos bens familiares, ao registro de rebanhos e se estende com o tempo a necessidade do comércio.
A atividade de troca e venda dos comerciantes ao longo da história requeria o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato.
Como curiosidade percebe-se que na Bíblia, um dos livros mais conhecidos no ocidente, existediversas passagens evidenciando as leis da propriedade e a contabilidade, como no livro de Gênesis 41:49, no tempo de José, no Egito, houve tal acumulação de bens que havia dificuldade em se contar.O livro de Jó, nos três primeiros versículos do capítulo, descreve toda a sua riqueza e mesmo após a perda de seus bens, evidencia na consolidação de sua história um novo inventário de bens no capítulo 22:12. Outra passagem interessante é sobre o inventário dos bens diário de consumo de Salomão em 1Reis,capítulo 4:22 e 23. Aproveite as orientações e faça mais uma pesquisa.
Essa turnê ao mundo mágico da contabilidade certamente enriquecerá bastante a vida do viajante. A evolução humana, os seus caminhos, a história e desenvolvimento se confundem com a contabilidade, percebe-se que os grandes povos do passado e da atualidade estão sempre em estado avançado nos seus processos contábeis.
No passado não muito distante ainda na Bíblia no Novo Testamento, no livro de Lucas, capítulo 14:28-30,existem as orientações de Jesus sobre orçamentoe no capítulo 16:1-7, onde se verifica o administrador que fraudou seu senhor, alterando de forma consciente os registros de valores a receber dos devedores. A evolução constante levou a diversas escolas de pensamento contábil que nos trouxeram aos estudos atuais na escola patrimonialista ou a uma nova corrente como o Neopatrimonialismo.
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